Embarcação estava encalhada há duas semanas; empresa responsável pode pagar multa
A Marinha e a Secretaria do Ambiente finalizaram nesta sexta-feira (27) uma operação destinada a desencalhar o navio Angra Star, parcialmente afundado na Baía de Guanabara há duas semanas. De acordo com a Marinha, não há risco iminente de desastre ambiental, porque foram retirados o óleo combustível, lubrificantes e resíduos oleosos, além de 150 mil litros de água oleosa e de 6 milhões de litros de água salgada de dentro da embarcação. Foi feito um trabalho de reflutuação, que consiste em colocar a embarcação para flutuar novamente. O próximo passo é a retirada do navio do local. De acordo com a secretaria, a operação foi orçada em mais de R$ 3 milhões.A empresa de transporte de contêineres Frota Oceânica e Amazônica S/A, responsável pelo navio, será notificada pela Capitania dos Portos e pelo Instituto Estadual do Ambiente, o Inea, para que cumpra as leis ambientais e normas de tráfego marítimo que garantam a segurança da embarcação e a proteção do ecossistema da baía. Caso não assuma a responsabilidade, a empresa vai receber multa diária que poderá chegar a R$ 4 milhões, e poderá perder a embarcação. Além disso, poderá ser multada pelo Tribunal Marítimo em até R$ 50 milhões. O Angra Star estava, desde fevereiro, com cerca de um terço do casco submerso, sem tripulação, e teve barris de óleo saqueados e instrumentos de navegação danificados. O furto de peças que mantém a estabilidade da embarcação causaram o afundamento, segundo a secretaria. No dia 9 de setembro, a empresa avisou a Capitania dos Portos que o navio corria risco de naufragar. Foi aberto inquérito para apurar as causas do encalhe. A previsão de conclusão do inquérito é 90 dias.
A Marinha informou que a prorietária do Angra Star, tem mais três navios na Baía de Guanabara: Rio, Jari e Recife, todos em situação semelhante de abandono, possivelmente em função de litígio entre o armador e o Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES). Após uma inspeção no navio Rio, que também está encalhado, a Capitania dos Portos constatou que a embarcação não apresenta risco iminente de afundamento. Os navios Jari e Recife estão atracados, sem risco de acidentes. Segundo a Marinha, existem 51 cascos abandonados ao redor da Ilha de Conceição, na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, que estão sendo retirados em parceria com o Inea. Do total, 31 foram leiloados e os futuros donos têm a obrigação de removê-los. O restante será leiloado em outubro. R7