Inquérito de 180 páginas foi encaminhado pela Polícia Civil ao Ministério Público
Em depoimentos ao longo do inquérito, todos negaram envolvimento no sumiço do pedreiro. Eles afirmaram ter liberado Amarildo após constatar que ele não era procurado pela Justiça. Nem a Polícia Civil nem a Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio tinham revelado os nomes de todos os acusados até o final da noite. Amarildo desapareceu na favela em 14 de julho passado, depois de detido por PMs da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) local. O sumiço virou palavra de ordem em passeatas ocorridas em todo o País.
Artistas como o cantor Caetano Veloso e o ator Wagner Moura foram a público cobrar do governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), esclarecimentos sobre o destino do pedreiro. Manifestantes perguntavam em coro, durante protestos na frente do prédio de Cabral, no Leblon, zona sul: "Cadê Amarildo?". Na sexta-feira, 27 de setembro, o Estado havia antecipado o indiciamento dos policiais. Os investigadores descartavam a hipótese de que traficantes de drogas da Rocinha tivessem matado Amarildo. Traficante O relatório do delegado da Divisão de Homicídios foi finalizado após duas testemunhas acusarem o major Edson Santos de tentar corrompê-las para acusar o traficante Thiago Neris, o Catatau, pela morte de Amarildo.
Santos, transferido do comando da UPP para o Bope (Batalhão de Operações Especiais) após a repercussão da ação policial, afirmou que as acusações são falsas. Até esses dois depoimentos, Barbosa considerava ainda não ter indícios capazes de levar ao indiciamento dos PMs. Os depoimentos das duas testemunhas - mãe e filho de 16 anos, moradores na Rocinha - ocorreram praticamente por acaso. Em 25 de maio, o garoto foi ferido por um tiro de fuzil ao tentar fugir de PMs da UPP, que o acusavam de ligação com o tráfico.
Levado à 15ª DP, ele contou ao delegado Orlando Zaccone que havia acusado Catatau porque Santos lhe oferecera R$ 500 mensais para ele e a mãe. R7
