
Redação Rio Alerta
O comerciário do Mercadão Paulo Roberto Coelho detalhou a estratégia para não acumular estoque. “Este ano, as vendas estão piores.
Por isso, investi bem menos e estou encomendando aos poucos, conforme há saída. Em 2014, metade da loja já estava tomada por produtos natalinos; agora, divido com brinquedos”, comentou. Embora a aposta agora também seja no Halloween, que cai sábado, há quem já destine boa parte das prateleiras com guirlandas, Papais Noéis gigantes e demais enfeites natalinos.
A ideia é queimar o estoque e reservar o espaço e olhares do consumidor a produtos novos e até inéditos. “Estamos com promoções, pois são produtos de primeira venda, alguns do estoque passado, quando o dólar estava mais barato.
Vai chegar muita novidade, pois vamos investir bem, mesmo diante do momento mais delicado da economia”, explicou a gerente da loja Só Época, do Mercadão, Andreia Araújo.
Dentre os clientes, ainda é preciso bater perna para encontrar tudo. Os produtores Jhon Santana, de 31 anos, e Mariana Salim, de 37, tiveram que peneirar. “As lojas ainda entraram pouco no clima. Tem uma ou outra. Ano passado, na mesma época, já saía com várias compras de tanta variedade”, ressaltou Mariana.
A experiência internacional de Zou Yezhenzhen fez a Saara também ter Natal antecipados. “Quem se adianta encanta o cliente primeiro do que os outros. Não sou de esperar”, contou o chinês, que está no mercado brasileiro há apenas dois meses.
Passado o dia 12, a loja Julia Design também investiu pesado na clientela fã do Bom Velhinho. “Mais de 90% daqui está no Natal, e tem bastante gente que comprou. Até pinheiros saíram muito”, garantiu a vendedora Josiane Silva, da Saara.
A maquiagem da loja Juju, no Mercadão, abre alas para árvores e piscas-piscas. “É a hora de colocar em exposição, para ganhar também revendedores e quem vai ornamentar as vitrines de comércios pequenos, como lojas de bairro”, animou-se Luiz Claudio Fonseca.
Especialista em artigos de festa, a Aidan tem várias opções nas unidades do Centro, Copacabana e Tijuca. As vendas de Natal começaram esta semana. Nas Lojas Americanas, os pinheiros também decoram as entradas, e panetones invadem as prateleiras ora ocupadas por biscoitos e chocolates. No setor de vestuário, a C&A inseriu três modelos de bodies e calças para bebês de Papai Noel, renas e bonecos de neve nas ofertas do Dia das Crianças, ainda em setembro, duas coleções antes da oficial.
A crise aumentou a procura na Escola de Papai Noel do Brasil. Com o desemprego crescente, cerca de 200 pessoas se inscreveram, o dobro do ano passado. “Antigamente, as pessoas se inscreviam para comprar um presente melhor para os netos. Agora é para pagar conta mesmo”, explica Limachem Cherem, diretor da escola.
Comércio espera um ‘Natal de lembrancinhas’
Diante das turbulências cambiais das moedas americanas e chinesas, a dica para economizar na decoração é comprar agora.
“Quem correr deve encontrar produtos natalinos a preço de 2014, quando o dólar estava mais baixo. Estoque novo sairá mais caro”, indicou o presidente do Clube de Diretores Lojistas (CDL), Aldo Gonçalves.
Ainda segundo o CDL, a celebração tende ser mais modesta na decoração e nos presentes. “Será um Natal de lembrancinhas, ainda que lojistas adotem medidas estratégicas promocionais para reduzir os custos.
Também será a época em que grandes marcas vão perder espaço para as de menor custo”, completou.
Nem o décimo terceiro pode salvar o varejo. De acordo com uma pesquisa da empresa Hibou, apenas 9% de 1.548 entrevistados vão utilizar o bônus salarial para comprar presentes.